martes, 3 de julio de 2007

Acabou a Hora da Criança !

23/10/2006
"...Enquanto nós cantarmos
haverá Brasil...
Brasil!"
Logo depois da montagem de Monetinho, estava afim de outros planos, e assim, dei o fora dessa fase maravilhosa da minha vida.
Onde andará aquela gente?... Dos irmãos Arnon e Ângelo Roberto, o Ângelo que era um ótimo desenhista, o encontrei ha alguns anos numa festa do Bomfim, onde apareceu tambem a Zuleide Contreiras, sempre com seu ar nervosinho, a nossa poetiza 'Lagartixa Bate-a-Cabeça', estava vivendo em Brasília; os irmâos Raimundo e Reinaldo, este que chegou a casar-se com miss Bahia/Brasil Marta Vasconcelos; o pessoal da familia Brito, que uma das meninas casou-se com o professor Adroaldo (?); Civa e Cibele se juntaram as outras irmãs menores Cinara e Cilene, todas afinadissimas, e formaram o famoso Quarteto em Cy, alcançando o sucesso ao serem descobertas por Vinicius de Morais, sou fã assiduo dos seus shows; Paulo Gil chegou a ser assistente de Glauber, fez um curta-metragem premiado sobre o cangaço, terminou na TV Globo, morreu há poucos anos; o Jurandir Ferreira que me obrigava a dar passos largos pra ser mais macho, e tinha paixão por Marilyn Monroe e Marta Rocha, e que mudava o tom de voz quando tinha alguém desconhecido por perto, onde estará? o Mesquitinha, que usava óculos como eu, bonitinho e baixinho, com uma voz linda, uma das minhas primeiras paixôes (quantas vezes fugíamos do ensaio e íamos nos ‘divertir’ no escuro da arquibancada do campo de vôlei?)... Onde andarâo?
Hoje a ‘Hora da Criança’ é uma coisa esquecida ou desconhecida para os baianos. No terreno conseguido com muita luta para ser construído o ‘nosso teatro’, está lá o tal teatro, que funciona como uma espécie de escola, que, me informam, ensina gratuitamente a cerca de 100 crianças, alfabetização, teatro, coreografia, cenografia, etc... Ver para crer: fiz uma visita e que decepção: da “Hora da Criança” os que ali dirigem não sabem NADA! Não tem vivencia do que representou Adroaldo, nem de sua obra... Algumas coisas guardadas ou expostas em vitrines... Do acervo de suas pesquisas musicais ou de seu teatro infantil, tudo esquecido e não utilizado... As crianças que lá estudam são ignorantes do porque do nome da sua escola, ou da importancia que tudo aquilo foi para outras crianças agora homens e mulheres... Em nome do que representou aquele homem obstinado, lhe puseram título em algumas escolas de Salvador. E daquele programa, que desde 1943 ate meados dos anos 60 era uma referencia a infância baiana, algumas linhas em alguma pesquisa... Merecia melhor sorte e proteção... E assim mais uma memória vai pro beleléu...

2 comentarios:

ChicaBacana dijo...

Também fiz parte dessa realidade. Participei de Narizinho, Infância, Monetinho. Que saudade daquele ambiente rico e sadio onde a cada dia saíamos mais cidadãos e cultos!
Forte abraço.

Alicia dijo...

Tbm fiz parte de lá.
Por 8 anos pensei que aquela maravilha de escola seria sempre assim.Sai de lá por muitos ploblemas.Mas a minha infançia eu devo a Hora da criança.