domingo, 1 de julio de 2007

Oh, o Rocky Horror Show - parte I, a missâo...

20/09/2006
No final de 1974, o Guilherme Araújo, uma figura maravilhosa de talento e inteligência, que eu amo, e já conhecia como empresário dos baianos Gil, Gal, Caetano e Bethânia, e dos Carnavais na Bahia, mandou me convidar para uma reunião no apartamento do produtor Kal Kosner... E lá fui eu, linda, curiosa...
O Kal era um jovem alto e bonitão, com um apartamento no Leblon decorado como uma tenda cigana... Lindos... O Kal e o ap...
Haviam outras pessoas lá. O negocio seguinte: tinham comprado os direitos do musical “Rocky Horror Show” do Richard O’Brien! E só viam a mim, para fazer o papel principal, do vampirão bissexual Frank Father! A produção seria do Guilherme e do Kal, a tradução era do Kal e do Jorge Mautner. Outras pessoas cogitadas para integrar a obra era Wanderleia, Zé Rodrix, Raul Seixas, Jorge Mautner, e outros artistas ligados ao rock... Tudo bem, a idéia me parecia um sonho.. Trabalhar com essa gente... Com esse elenco, seria um sucesso...
Levei o texto pra ler em casa... Aí, descobri que haviam traduzido, e não haviam feito uma adaptação ao espírito e cultura do Brasil.. Aquilo não podia dar certo.. Pô, a peça é toda feita em cima de citações, figurinos e clichês de cinema B, cult, e de terror... Quem é que no Brasil, se num for verdadeiro cinéfilo, que sabe quem é Fay Way? Que se lembra dos episódios de Flash Gordon? Da ‘Mumia’ com Boris Karloff? Da ‘Noiva de Frankstein’ com Elza Lancaster? De ‘O dia em que a terra parou’? de filmes classe B sobre ‘discos voadores’? E pensei: isso num vai dar certo..
Quando dias depois, Guilherme me chamou pra dizer que o diretor seria o seu amigo Rubens Correia... Aí, tive a certeza de que não iria funcionar.
Adorava Rubens, um ator e diretor da mais alta categoria, engajado e comprometido, mas.. pra dirigir ‘Rocky Horror Show’ era uma outra coisa, nâo era teatro de mensagem ou vanguarda.. deveria ser uma simples diversão, louca...
Entreguei o o roteiro, agradeci, e caí fora do projeto...
Meses depois, a obra foi estreiada... Do elenco pensado, só estava Zé Rodrix, o papel principal de Frank ficou com o vozeirão do amigo Eduardo Conde...
Outro dia li num site, que até o Tom Zé esteve nessa montagem... Eu, francamente, nunca soube disso...
Mas sabem, que o destino me colocou dentro daquele ‘Rocky Horror Show’? Pois foi...

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