lunes, 2 de julio de 2007

..meu `caso´ com Raulzito... 1

27/09/2006
No principio dos 60, eu trabalhava em circos que estavam sempre nas praças de Salvador.
Mas aos sábados a tarde freqüentava o programa do Nilton Barbosa no auditório da Radio Sociedade, que ficava ali na Rua Carlos Gomes 57, naquele edificio magnifico. O ambiente lembrava os programas da Radio Nacional e, acreditem, tinha orquestra com maestro e tudo, e mais os ‘nossos’ artistas: Ray Miranda, Deny Moreira, Maria Célia, e outros... O violonista fantástico João da Matança, que fazia o violão `falar´ e provocava um alvoroço com o ‘Samba da Moçada’ de sua autoria... Tinha um baterista, um negro lindo, alto e forte, com um riso onde mostrava os dentes brancos lindos, o Cacau... Mas a grande sensaçâo era o Riachâo! que com sua toalha no pescoço y seus sambas provocantes, levantava o auditorio! Os comerciais, sempre na voz inconfundível de ‘Ubaldo Câncio de Carvalho”... Havia uma alegria imensa no programa... De freqüentador e vencedor de concursos de rock no auditório, passei a cantor...
Daí me levaram a ser apresentado a Pacheco Filho, que era um outro dono de programa diário nas tardes, na Radio Cultura da Bahia, o ‘Só para mulheres...’, e que aos sábados fazia também o programa de auditório. Essa Emissora ficava no Campo Grande, ao lado da `casa do bispo´, em um palacete dos anos 30 em meio a um jardim, que já nâo existe mais...
E fui convidado a participar cantando rocks e baladas da hora... O conjunto da Radio era mais pra samba: bateria, pandeiro, violão, piano... Mas havia um grupo de rock que já estava se apresentando lá, e que ficou decidido que por razões lógicas, iria me acompanhar: era Raulzito e seus Panteras!
Eu me lembrava de Raulzito vagamente do Elvis Rock Clube, nunca tivemos maiores amizades... Ele agora tinha um conjunto! E ali se apresentavam com musicas dos Beatles, Renato e Blue Caps, as musicas de grupo que estavam em sucesso... Nosso encontro foi frio e seco, Raulzito me tratou friamente, e debaixo dos risinhos nervosos dos meninos do conjunto me gozando, tomou ‘o tom’ e dei indicações do como queria a introdução e de como iría me apresentar... Pois sim...
Nós éramos as atrações do programa, entrávamos no final... Pacheco Filho anunciou ‘Raulzito e seus Panteras’, que se apresentaram primeiro, um delírio das moçoilas do auditório, gritinhos, faniquitos... Ao final da terceira musica de sua apresentação, Pacheco me anunciou... Começaram os acordes do baixo, entrou o ritmo, as guitarras, e eu bichíssima invadi o palco sacudindo os ombros: ‘Para bailar la bamba, para bailar la bamba se necessita...’ Nem conto o resto... O auditório veio abaixo! Todos de pé dançando! Gritos, aplausos que não acabavam mais... E eu ali, 'fechando'... Cantei mais duas musicas, e Raulzito e seus garotos encerraram o Programa... Foi tudo um êxito!
Pacheco Filho veio falar comigo: me queria a partir daquela data, todos os sábados, acompanhado pelo mesmo grupo... O que ele não sabia, é que Raulzito ficou puto da vida: ‘vamos ter que acompanhar aquela bicha louca...’
Fui pra casa pensando: nunca mais volto por lá...
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