lunes, 2 de julio de 2007

`Os meninos da Bahia, nessa Hora da Criança...´

16/10/2006
Eu tinha 13 anos... Vendo a minha disposição, o meu pai me inscreveu na Hora da Criança. Para os ensaios no Passeio Público, duas vezes por semana, tive que aprender a me locomover sozinho, me deslocava de bonde, pegava o 18 (Luis Tarquínio) ou 19 (Dendezeiros) e saltava no Elevador Lacerda, subia, e pegava outro bonde até lá. Foi ali que comecei a cantar e desenvolver minha veia artística, pois também tínhamos apresentações de teatro, e o programa tinha um hino:
"Os meninos da Bahia
nessa Hora da Criança
a mensagem da esperança
vem trazer com alegria"...
O diretor Adroaldo Ribeiro Costa era um professor e jornalista, um louco visionário que acreditava num teatro feito por crianças pra crianças, e dava um enorme valor ao mundo folclórico infantil. E havia as grandes montagens de operetas baseadas na obra de Monteiro Lobato, de quem Adroaldo era um grande admirador, repassando a nós essa admiraçâo. Quem foi daquele tempo pode lembrar com saudades das apresentações no Teatro do Instituto Normal, no Barbalho, com orquestra sob a regência do maestro Agenor Gomes, com sua filha ao piano, os cenários maravilhos do professor Zózimo, e um elenco de 150 a 200 crianças no palco... A menor tinha 1 ano e meio! Uma verdadeira loucura organizada, mas um grande sucesso de publico e critica. A primeira montagem que participei foi ‘Narizinho’, eu fazia o Major Agarra-e-num-larga-mais, um ‘sapo’ guardião do palácio das Águas Claras, e meu apelido dali em diante ficou sendo ‘Sapo’.
Lembro-me que veio uma caravana de São Paulo, comandada pelos Matarazzo, com amigos de Monteiro Lobato, para nos assistir, queriam nos levar a Sampa... Mas como? Um elenco de quase 300 pessoas! E quantas vezes dormi pensando nessa viagem..
E amigos dali? Havia o grupo principal, do qual comecei a fazer parte, eram Ângelo Roberto, seu irmão Arnon (que faziam a dupla Timbo e Tombo), Zuleide Contreiras, Eduardo Paim, Raimundo Mesquita, Indaiá Filgueiras, Jurandir Ferreira, e as irmâs Civa e Cibele... Eu freqüentava a casa delas lá no Jardim Cruzeiro, e até hoje me chamam de ‘Sapo’, que è tambem como me trata qualquer outro que encontro e pertenceu aos 'meninos' da Hora da Criança.. Muitos outros, que não me vem o nome a memória agora... Bons tempos...

1 comentario:

Unknown dijo...

Oi sapo
que alegria reencontrar você e relembrar um bom pedaço da minha vida tambem!
Lembra da tartaruga que dansava a polka? Sou eu! Muitos anos se passaram desde aquele tempo!
Quem sabe vamos nos reencontrar!
parabens pela ideia de de perpetuar aquele movimento tão bonito!