martes, 3 de julio de 2007

Mick Jagger, Janis Joplin, Ravi Shankar, Michael Jackson... todos eles a menos de um metro de mim... 3

12/11/2006
Em 1974 eu estava fazendo temporada em Sampa na Boate UP’S e mais shows peãs cidades vizinhas. Cansado de viver só no hotel que me tinham reservado, passei a morar no apartamento de Gilson Rodrigues, na Brigadeiro Luis Antonio... Sampa era uma loucura de noitadas... Comíamos em restaurantes chineses, ou no Baby-Bife no Arouche, o cafezinho da esquina da Ipiranga com a São João, os boys da praça, os shows na Homo-Sapiens, freqüentávamos o Medieval, e ali conheci o Clodovil, de quem cheguei a visitar muitas vezes o seu atelier de costura... Ah, a Paulicéia desvairada...
Gilsito tinha naquele apartamento o seu atelier de desenho e pintura, e já gozava de certo conhecimento e prestigio. Uma tarde chegou radiante: tinha sido convidado a fazer a ambientação cênica do show de Ravi Shankar! Um reboliço, este era o mais importante musico indiano do momento, famoso por participar do movimento hippie, havia participado do Festival de Woodstock, do Bangladesh... Foi ele que ajudou a popularizar a musica indiana... Era o guru dos Beatles, principalmente do George Harrison... E eu não podia perder esta! E na semana seguinte acompanhei Gilson ao Teatro Municipal de São Paulo, para preparar a decoração. E no terceiro dia, ali no palco, sob a tenda projetada por Gilson, em cima do praticável, sobre um tapete, estava na sua pose característica de pernas cruzadas, ensaiando, o Ravi Shankar! Durante meia tarde, gozei do prazer de ver e ouvir a cítara impar de um gênio, tocando praticamente pra mim...
Ainda hoje, a música de Ravi Shankar continua bastante viva para mim. Algumas vezes nos meus momentos tranqüilidade, fecho os olhos e busco a paz ouvindo a musica exótica que vem daquela cítara divina, dentro da meditação, e assim afugento durante instantes todo o horror que a atualidade me rodeia... Hoje sei que a arte de Shankar será perpetuada: o som da Índia por sua filha Anoushka Shankar, a influencia ocidental pela outra filha cantora respeitada de jazz, Norah Jones... Mas, eu presenciei Ravi Shankar a menos de um metro de mim!

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