domingo, 1 de julio de 2007

..o Rocky Horror Show - parte II, o retorno...

22/09/2006
Estava de volta a Salvador, completamente sem dinheiro... Tinha gasto tudo num tour pelo nordeste, dirigindo meu fusca e acompanhado do namorado daquele verão... De madrugada ao voltar a casa encontrei um telegrama de Guilherme Araújo: “venha imediatamente. Te quero no Rocky Horror urgente..”
Telefonei pra Guilherme, e ele me contou que 20 dias depois de estreiar no papel principal, o Eduardo Conde havia caído de hepatite, e me queria pra substitui-lo! Na minha situação pedi dinheiro emprestado a minha mãe, me despedi da família, entrei no fusca e rumei pra o Rio... Cheguei, e a tarde fui direto ao Teatro da Praia, em Ipanema, onde estava em cartaz o ‘Rocky Horror Show’!
Estavam ensaiando, pois houve troca de papeis pela necessidade de não parar o espetáculo: o Kal fazia o garotão bobo, papel que era do Wolf Maia, que estava fazendo o Vampirão (?)... Sentado na platéia encontrei meu amigo Serguei (um tipo estranhíssimo, roqueiro autentico, que eu adoro!) que estava ali tentando também conseguir o papel do Frank Father.. Mas o papel já estava comigo, sorry...
O Guilherme me conversou: - ‘ quero que você transforme essa peça numa chanchada! Eu vi a obra em Londres, o povo adorava... Ria, participava... Aqui, não acontece nada... Ninguém ri, ficam com cara de idiotas.. A única pessoa que consegue um riso, é único que não é ator: o Zé Rodrix... Você faça suas loucuras e dê um jeito nisso...’

- É, vamos ver o que se pode fazer, respondi, mas num quero problemas com o elenco... E disse-me ele -‘eu sei que você vai fazer o melhor..’
O elenco era uma coleção de atores de todas as variadas castas: Vera Setta, Betina Viana, Wolf Maia, Nildo Parente, Lucélia Santos, Zé Rodrix, e outros. Nada combinava com nada..
Ensaiei durante uma semana, um texto grande e dificílimo, cheio de nuances, e mais as musicas, que estavam em todos os ritmos de rock... E estreei!
A cena no laboratori do Vampirâo, o palco girou enquanto a bateria rufava, me voltei aos poucos pra platéia, abri a enorme capa negra, e de salto alto, espartilho e tapa-sex, uma cabeleira loira imensa e desgrenhada, eu era o Frank Father provocador: ‘Oba, oba, eu já me apresentei?’
E logo comecei a colocar meus ‘cacos’ e me divertir... Ah, meus deuses, fui uma ventania naquele palco...
Feri os brios dos pobres de espirito...

1 comentario:

Anónimo dijo...

O EDY ?????
EU PREFIRO O " EDIVALDO", e ponto final!!!!