lunes, 2 de julio de 2007

Oh, que saudades que eu tenho da aurora da minha vida...

12/10/2006
Eu tive uma infância muito feliz, eu tinha um irmão e uma irmã, e sempre fomos muito unidos. Nossa casa tinha um quintal imenso, com muitas bananeiras, coqueiros e mangueiras, e ali era nosso mundo! Tínhamos um grande pé de araçá que em nosso imaginário era avião, as vezes bonde, ou marinete, que era como se chamava os ônibus em Salvador... As galinhas eram nossas amigas e conversavam conosco...
E as nossas festas? Nos Carnavais, nos fantasiávamos e tínhamos as nossas 'lança-perfumes' e confetes. Nas noites de São João acendíamos a fogueira no jardim, soltávamos fogos de artifício e balões, enquanto a musica alta vinda da sala nos trazia a voz de Luiz Gonzaga... No Natal, sempre dormi e perdia a Missa do Galo, mas ao acordar, nossos presentes estavam em baixo da cama, deixados por Papai Noel naturalmente...
Em minha casa tínhamos todo o tipo de revistas, líamos muito. Nunca nos faltou: pra criançada O Tico Tico, Edição Maravilhosa, Vida Infantil, etc, afora os Gibis que tomávamos emprestados aos vizinhos. Tínhamos a Revista da Semana, O Cruzeiro e Revista Globo para meu pai, Vida Doméstica para a minha mãe. Eram as leituras obrigatórias nas famílias informadas...
Aos 17 anos eu já tinha lido quase toda a literatura clássica juvenil, desde Alexandre Dumas a Érico Veríssimo, de Monteiro Lobato a Charles Dickens, de Alan Poe a Jorge Amado...
Além de ler outra coisa que sempre gostei foi desenhar! Enchia cadernos e mais cadernos com desenhos, e creio que sempre tive muito bom traço.
Ouvíamos como todo mundo daquela época, a Radio Nacional do Rio de Janeiro, a Radio Mayrink Veiga, e os programas locais da Radio Sociedade da Bahia, de onde ouvia todos os domingos as 9 horas da manhã o programa da 'Hora da Criança'.
Um fato importante que marcou e que me influenciou bastante musicalmente foram as visitas que fazíamos aos estúdios do programa A Hora da Criança, do Adroaldo Ribeiro Costa. Meu pai me levava, e eu morto de inveja ficava assistindo aquela meninada do outro lado do quadro envidraçado, cantando, fazendo novelas... Quando chegávamos em casa, com um microfone inventado e um palco improvisado no quintal, eu me punha a cantar para e com os meus irmãos e me achava o máximo, como a cantar para uma multidão...

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